Alimentação sustentável: salvar o planeta através da comida
Antes de entrarmos a fundo neste tema é preciso, primeiro, esclarecer uma questão importante: saudável não significa sustentável. Sim, é verdade. Nós explicamos-lhe tudo.
Está a ver o abacate, a soja e a quinoa, que ficaram na moda por serem saudáveis? Pois é, são todos maus amigos do ambiente. Na prática, comer de forma sustentável implica comer de forma saudável. Mas o contrário não se aplica. Segundo a Food and Drug Administration – entidade norte-americana que protege e promove a saúde pública – a alimentação sustentável é aquela que tem baixo impacto ambiental, protegendo e respeitando a biodiversidade e os ecossistemas. Uma dieta sustentável é, ainda, culturalmente aceite, nutricionalmente adequada, acessível à população, segura e economicamente justa.
Então, o que é que isso significa na realidade? Bem, ter uma alimentação amiga do ambiente implica pensar em diversas questões: desde a forma como os alimentos são produzidos, até ao seu transporte e à forma como são embalados.
Da produção à mesa
Habitualmente, a alimentação considerada mais amiga do ambiente é aquela que exclui a carne e o peixe. Isto não significa que temos que deixar de comer proteína animal, mas sim que devemos limitar o seu consumo e apostar mais nas frutas e nos legumes, que não são tão consumidos quanto deviam. E se forem provenientes de agricultura biológica, tanto melhor. Os alimentos produzidos desta forma, que não recorre a adubos químicos e pesticidas, são mais sustentáveis. No caso da produção animal, é preferível optar por carne que vem de animais que passam mais tempo ao ar livre e cuja alimentação provém, maioritariamente, dos pastos onde se inserem. Quanto ao peixe, embora este tenha um impacto ambiental menor do que a carne, também é necessário ter em conta alguns fatores para que seja realmente sustentável: preferir a pesca tradicional e respeitar a sazonalidade das espécies são alguns deles.
A origem dos alimentos
Outra questão a considerar é a origem dos alimentos: o facto de viajarem milhares de quilómetros, de avião ou de barco, implica a libertação de quantidades enormes de CO2 para a atmosfera, o que não é sustentável para o planeta. Dessa forma, é melhor optar por produtos nacionais e, de preferência, que venham de pequenos produtores e mercados locais.
Respeitar a sazonalidade
Por fim, temos também de considerar a sazonalidade dos alimentos. Numa altura em que toda a gente está habituada a ter praticamente todas as variedades de frutas e legumes durante todo o ano, esta prática é insustentável para o planeta. Segundo especialistas, a dieta mediterrânica é um bom exemplo de alimentação sustentável, já que promove a diversidade, reduzindo o consumo de carne e peixe e incentiva a utilização de produtos locais e sazonais (diminuindo-se os custos com energia, embalagem e transporte inerentes à importação).