Kit de sobrevivência para a noite mais longa do ano
É considerada a noite mais longa do ano e quem faz a pé o percurso da Ribeira até à Foz acaba cansado mas feliz. Na mítica noite de São João não pode deixar de dançar em bailaricos, ver o fogo-de-artifício e as cascatas, dar marteladas, lançar balões e, claro, saborear uma (ou muitas!) sardinhas a pingar no pão.
Na noite de 23 para 24 de junho, celebra-se a festa de São João, momento em que se comemora o nascimento de São João Baptista, primo de Jesus Cristo que, segundo a religião católica, o baptizou nas águas do Rio Jordão, em Jerusalém. As cascatas de São João estão para o solstício de verão, como o presépio está para o solstício de inverno, já que ambos celebram o nascimento de figuras católicas.
Até de madrugada, a cidade do Porto enche-se de alegria e folia, mantendo algumas tradições de outros tempos. Os alhos porros, usados para bater na cabeça de quem faz a festa, eram símbolo da fertilidade masculina, já os manjericos, estão relacionados com o amor, sendo que as suas quadras eram as declarações à pessoa amada.
Só em 1963 foi inventado o famoso martelo de São João por Manuel António Ventura, industrial da empresa Plásticos do Porto. Manuel teve a ideia de criar um brinquedo inspirado num saleiro/pimenteiro que viu numa das suas viagens ao estrangeiro, ao qual adicionou um apito. Nesse mesmo ano, os estudantes apoderaram-se dele para animar a festa da Queima das Fitas, revelando-se um enorme sucesso. Assim, os martelinhos nunca mais saíram do imaginário dos portuenses e muitos comerciantes começaram a produzi-lo para a festa de São João.
Os balões de ar quente, produzidos em papel, são lançados durante toda a noite, preenchendo e iluminando todo o céu. A sua utilização é frequente nas festas populares portuguesas e brasileiras, mas a sua origem remonta aos festivais tradicionais asiáticos.
Também o fogo-de-artifício à meia-noite nas margens de Porto e Vila Nova de Gaia, junto à ponte Luiz I, é um marco importante nesta que é a noite mais longa do ano na cidade Invicta.
Para que não lhe falte nada na hora de viver a 100% a festa São Joanina, eis um kit de sobrevivência a ter em conta antes de sair de casa: um casaco e um lenço, porque mesmo no calor da noite por vezes o frio aperta; calçado confortável, porque vai perder a conta aos quilómetros que vai calcorrear pelas ruas da cidade; uma mochila, porque nesta noite não dá jeito nenhum andar com uma mala pendurada no ombro; uma capa de telemóvel e uma power bank, porque vai querer ter o seu aparelho a funcionar para as melhores selfies do ano!
Não precisa de agradecer, divirta-se!